Ontem a Drª Simone Moitinho titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) encaminhou mais de 20 crianças em situação de vulnerabilidade social, das ruas de Salvador, ao Conselho Tutelar e nesta Sexta-feira, fez alertas sobre a exploração infantil. Segundo ela, a maioria destas crianças estão sendo tratadas como mercadorias. Elas são emprestadas ou alugadas como estratégia para sensibilizar a população
“Basta sair às ruas, passar por sinaleiras e lá estão crianças vendendo balas ou qualquer outra coisa, ou em situação de mendicância. Nós achamos que isso é comum, só que essa conduta é crime. Isso é exploração do trabalho infantil (…)Isso também é abandono moral e abandono intelectual também, porque a maioria dessas crianças, ao invés de estarem em escolas, estão nas ruas. Essas crianças, muitas vezes são locadas ou emprestadas para sensibilizar a população que passa nos semáforos”, explicou.
De acordo com reportagem da TV Bahia, a polícia identificou pontos estratégicos que eram usados pelos adultos, para submeter as vítimas à exploração. As abordagens foram feitas nas regiões da Rótula do Abacaxi e na Avenida Paralela, além do bairro da Pituba.
Das mais de 20 crianças que foram identificadas, cinco estavam “emprestadas ou alugadas” pelas famílias, algumas na companhia de outros menores de idade, adolescentes. As investigações levaram cerca de uma semana, segundo a delegada.
Simone falou ainda que a contribuição financeira que a população dá a essas crianças coopera para que elas sejam mantidas em situação de exploração por parte dos adultos, já que o fato de serem pequenas comove as pessoas.
O inquérito já foi aberto e os adultos responderão criminalmente. Depois de passar pelo Conselho Tutelar, as crianças foram encaminhadas sob responsabilidade de outros familiares. A polícia também direcionou as famílias para análise de integração em programas sociais da prefeitura.
A delegada destacou que, há um contexto de vulnerabilidade social que leva à exploração infantil, que não pode ser ignorado, apesar do crime.